Olá amigos, estou aqui para continuar contando um pouco sobre a minha vida, bem já contei sobre a minha infância, que tirando as quedas, foi quase normal, mas é o que eu sempre falo, ser criança é a melhor fase do ser humano, porque tudo parece ser perfeito, tudo para ser alcançável, tudo para ser possível de se conquistar, mas a infância passa rápida e ai vem a cruel adolescência, logo irão entender pq digo cruel.
Quando eu tinha 12 anos meus pais mudaram de cidade, nos mudamos para São Bernardo do Campo, isso significou deixar para traz meus amigos, e isso para mim foi muito complicado mesmo, porque meus antigos amigos eram amigos que crescemos juntos, amigos aos quais nunca precisei explicar porque caia tanto ou porque precisava de ajuda para subir uma escada. Minha melhor amiga se chamava Fabiana, a gente era como irmã, aliás na escola a gente se apresentava como irmãs mesmo, na nossa escola tinha uma escada enorme e ela nunca subia sem eu, pq eu precisava segura no braço dela. Foi muito difícil deixa-la para trás.
A mudança para mim significava todos na escola me olhando de modo diferente, me fazendo perguntas constrangedoras, rindo de mim, e eu me sentia perdida e com muito medo, mas passar por isso era inevitável, eu sabia que não viveria para sempre debaixo da proteção de meus antigos amigos.
Primeiro dia de aula foi horrível, e como eu disse adolescência é cruel, porque ninguém liga de caçoar de outro jovem mesmo vendo que ele tem uma deficiência e que isso por si só já é bastante constrangedor, mas eles não tem piedade mesmo.
Eu chorava muitas vezes quando chegava da escola e lembrava dos apelidos que eles me colocavam, mas com o tempo parece que foi doendo menos, eu acabei não ligando mais.
Sempre fui extrovertida e fácil de fazer amizades, logo tinha verdadeiras amigas e isso compensava as piadinhas que rolaram até o dia da minha formatura.
Esse período também foi complicado porque foi quando realmente descobri a distrofia, como já contei foi com 13 anos, depois de uma biopsia que foi diagnosticado a DM, eu com 13 anos descubro que tenho uma deficiência física, regressiva, que não tem cura e que com o tempo pode me deixar muito debilitada, imaginem o que passou na minha cabeça, chorei muito, mas naquela mesma noite decidi levar uma vida normal, como a de qualquer outro adolescente e decidi nunca mais tocar nesse assunto de distrofia, meus pais ainda tentaram me forçar a fazer o tratamento, natação e fisioterapia, mas abandonei em seguida, e assim, não tocava no assunto,fingia não acontecer nada de diferente, mas no fundo eu sabia que não era assim e isso me frustava.
Mas outro dia continuo sobre esse assunto, ele não para por aqui, prometo voltar a falar da minha adolescência.....