quarta-feira, 9 de março de 2011

A descoberta da Distrofia



Tinha !3 anos quando recebi o resultado de uma biopsia que comprovava as suspeitas do meu neurologista.
Bem, mas até chegar esse dia foram muitos exames, passei por muitos hospitais em busca de uma resposta.
Fiz exames como eletroneurologia, eletrocardiograma e muitos outros que nem me recordo os nomes.

Quando me mudei para São Bernardo e mudamos de convenio, fui atendida por um neurologista recém formado cuja a tese dele foi justamente baseada na DM, e ele ficou muito interessando no meu caso, na época meu convenio não cobria a biopsia e meu pai não tinha dinheiro para pagar uma particular, ai meu médico me encaminhou para o hospital São Paulo, só que para conseguir uma vaga eu tinha que chegar la muito cedo, quase de madrugada e sinceramente aquele hospital me assustava, porque ali tem de tudo, desde gente baleada até idoso doente.

Eu tinha que ser avaliada pelo neurologista de lá para poder receber de graça a biopsia e foram dias horríveis ficar ali sentada naquele corredor daquele hospital vendo o sofrimento de tantas pessoas, pessoas muitas vezes implorando por internação, por um exame, por uma medicação, era muito triste para mim ver tudo aquilo, enquanto eu ficava ali sentada esperando ser atendida milhões de coisas passavam na minha cabeça, de como seria meu futuro, de se um dia eu ficaria tão doente quanto aquelas pessoas e se ficaria ali jogada naqueles corredores, era muito triste e assustador.
Consegui enfim fazer a biopsia, lembro do dia que meu pai foi buscar o resultado do exame, ninguém falou nada, ninguém perguntou nada, ele me entregou aquele envelope fechado e eu o guardei na gaveta e ele só foi aberto na sala do meu neuro.

Confesso que não foi muita surpresa porque já suspeitávamos, mas mesmo assim não deixou de ser assustador comprovar que tinha uma doença degenerativa e progressiva.
Meu médico foi muito legal, e falou com tato comigo e ao mesmo tempo foi sincero, não me escondeu nada, mesmo assim eu não tive coragem de perguntar nada.
Lembro dele me mandando tentar ter uma vida normal, me esforçar para isso, me passou fisioterapia e natação, que como eu já contei, abandonei logo depois de ter começado.

A última vez que tive uma conversa sobre a DM foi naquela consultório, depois só depois de muitos anos que voltei a falar sobre ela, simplesmente sai daquele consultório com 13 anos e deletei que tinha DM e assim vivi minha vida, não sei se fiz o certo, mas não tenho do que reclamar, fui feliz, levei uma vida quase normal, claro com minhas limitações, mas aproveitei muito.

Claro devia ter feito meu tratamento, hoje poderia estar melhor ainda, porque mesmo tendo uma doença grave, tenho uma saúde boa, me alimento bem, ando bem, mas sei que se tivesse feito o tratamento poderia estar subindo uma escada melhor, me levantando com mais facilidade, por isso aconselho a quem tem esse ou qualquer tipo de problema, busque o tratamento.

Mas no próximo post quero contar porque não terminei meus estudos, algo que me frusta muito hoje!!!!!

Beijos

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